quinta-feira, 15 de julho de 2010

Dá trabalho ter um blog

Pelo fato de dar tanto trabalho e não me render nenhum centavo, sou obrigado a vender minha força de trabalho integralmente, não me sobrando tempo para divagações neste espaço.

Vocês três que me leem aqui: Até outubro

sexta-feira, 12 de março de 2010

Jabor, a praga da internet!

O advento do email revolucionou a comunicação. Isso é fato. Revolucionou também o mundo dos chatos e desocupados, transformando meros aspirantes a malas sem alças em pessoas insuportáveis.

Ao abrir sua caixa de email, não é raro se deparar com mensagens bíblicas, fotos de famosas peladas, testes de todas as variedades, vídeos engraçados, correntes do bem e do mal. Quem nesse mundo que tem uma conta de email não recebeu um para ajudar a criança com câncer?

Mas o que me chama atenção mesmo é o email Jabor. Acho que semanalmente recebo uma mensagem com um texto pseudo-irônico, pseudo-reflexivo, pseudo-intelectualizado e pseudo-questionador, creditado a Arnaldo Jabor, cineasta mal-sucedido e articulista previsível.

Dificilmente eu vejo o próprio na TV e nunca o leio no jornal, mas o pouco que vi foi o suficiente para rotular o estilo de Jabor. E duvido que um terço do que rola de textos que são creditados a ele é de fato de sua autoria. Se for mesmo, ele é bem mais chato do que eu imaginava!

quinta-feira, 11 de março de 2010

O coelho da Alice sou eu!

Esse ano está difícil. Principalmente pela escassez de um dos bens mais preciosos: o tempo. O pior é que tenho plena convicção de que a falta de tempo é resultado da minha incapacidade de administrar o próprio.

Durmo tarde, acordo cedo e levanto atrasado. Não tomo café direito, não leio o jornal e me perco na preguiça acompanhado do meu violão, cujo não saio de casa sem arranhar alguns acordes. O problema é que na maior parte das vezes alguns acordes se transformam em muitos acordes e, invariavelmente, perco a hora.

Desde 1998, no dia que fui me alistar no exército, percebi que as horas andam mais rápidas. O curioso que na época eu só estudava, mas tenho nítido que a partir daquele dia, passei a ter menos tempo.

Não suporto Renato Russo, por várias razões as quais poderei escrever um dia, mas sou obrigado a concordar que sua afirmação “disciplina é liberdade” – aliás, isso parece muito filosófico e conceitual para ter sido elaborado por ele, mas não achei no Google nenhuma referência sobre a expressão que não fosse dele – voltando, “disciplina é liberdade”. A única maneira que vejo hoje de ter tempo é controlando o tempo, sem deixar passar e não aproveitar.

Lembrando que não fazer nada com ele as vezes é vital, por isso, sempre que posso, durmo um pouco a tarde.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Até tu Bortolotto!?

Há uns 10 anos conheço o nome e a figura de Mario Bortolotto. Na época em que eu lia mensalmente a Revista Trip, publicação que sempre se considerou "alternativa", fui apresentado a esse teatrólogo, de peculiar figura, oriundo de Londrina e radicado na capital paulista. Eu devo ter essa revista até hoje.

Na matéria, me chamou a atenção o nome de batismo de suas criações. Por exemplo seu grupo de teatro, chamado "Cemitério de Automóveis" ou suas peças "Medusa de Rayban" e "Nossas Vidas Não Valem Um Chevrolet". Ao terminar de ler, elegi Bortolotto uma espécie de inspiração para uma vida rock'n roll. Pô, o cara tinha um teatro e um bar para sustentar sua filosofia de vida (pelo menos o que eu entendi que seria sua filosofia de vida) "viva fazendo o que você quer, com pouco dinheiro e honestamente".

Quase no final do ano passado, após anos sem ouvir falar no figura, ou melhor, após anos sem ir atrás do que o figura andava fazendo, fui surpreendido com uma notícia na capa do UOL de que Bortolotto tinha sido baleado numa tentativa de assalto e que seu estado era grave. Imediatamente passei a acompanhar seu estado de saúde através da divulgação da imprensa, até sua alta.

Ontem, não, hoje ainda (são 23h e 55min) li uma matéria de uma mostra que reúne seu , organizada por ele mesmo no Itau Cultural (de hoje até o dia 28 de fevereiro). Fiquei feliz, afinal o cara estava se recuperando e já trabalhando no lançamento de sua nova peça de nome genial: "Música para Ninar Dinossauros".

Mas estava eu no supermercado ainda hoje (tecnicamente ontem, afinal é meia noite e quatro), quando me deparo com a seguinte manchete na revista Contigo: "O autor de teatro Mário Bortolotto contra o drama que viveu ao ser baleado em São Paulo". Lembrei imediatamente de uma fala de Hause (a série de TV): "Quase morrer não muda nada. Morrer muda tudo".

Sempre discordei dessa oração, mas nunca soube explicar o porquê. Hoje, após ler a capa de uma Contigo na fila do supermercado, ficou mais do que claro.

PS: O cara continua sendo uma figura rock'n roll para mim.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Ele voltou!?

Pessoas excêntricas dão um colorido diferente ao nosso pobre cotidiano. Posso estar dourando a pílula, chamando de excêntricas aquelas pessoas que sofrem de algum problema mental, mas fico fascinado por pessoas que não tem a menor vergonha de se expor publicamente, principalmente em situações ridículas.

Hoje li no jornal o nome de uma figura que há tempos pensei que tinha sumido para sempre: Antony Garotinho. Uma das maiores excentricidades políticas dos tempos atuais, essa figura reaparece acusado TRE de fazer campanha fora de época para o governo do Rio de Janeiro.

Alçado por Leonel Brizola, Garotinho foi considerado político prodígio, devido sua ascensão meteórica de prefeito de Campos ao governo do Rio de Janeiro. Apoiados na religiosidade e no populismo clientelista, ele e sua esposa, Rosinha Garotinho formaram uma espécie de Casal 20 da política carioca. Porém o tempo mostrou que eles estavam mais para Bonnie e Clayde.

Em 2006, o figura anunciou uma greve de fome, protestando contra uma suposta cruzada midiática patrocinada pelo governo Lula que visava destruir sua imagem, o impossibilitando de disputar a presidência. Não surtiu efeito nenhum, ninguém se retratou com ele. Só serviu para virar motivo de piada. Depois desse fiasco, conseguiu apenas eleger sua esposa prefeita de Campos em 2008. Sob a acusação de uso indevido da máquina pública. Claro.

Neste ano, Garotinho volta na tentativa de reaver seu trono no Palácio das Laranjeiras. A possibilidade de ele melar o pleito fluminense. Podendo inclusive inviabilizar a reeleição de Sérgio Cabral.

Sei que chamar Antony Garotinho de excêntrico é pouco, minimiza toda suas práticas ilegais, comprovadas ou não. E ele certamente dá cores infernais ao cenário político brasileiro, mas não deixo de observar com certa curiosidade seus movimentos.

Eliéser, pede para sair!

Confesso. Assisto Big Brother. Não me sinto nem melhor nem pior com isso, apenas me sinto incluído na massa que também assiste.

Mesmo sendo um seguidor assumido, consigo ver e entender a baixa qualidade do entretenimento do programa. Vejo aquilo como uma omelete de pessoas, onde ninguém se destaca pelo brilho intelectual ou pelo magnetismo pessoal. Ali me chama mais atenção aqueles quem tem a capacidade de arrumar confusão com os outros. Quero ver encrenca.

Essa edição, no entanto, trouxe uma figura que julgo incapaz de tramar com ardilosidade contra seus pares, mas me chamou a atenção por sua burrice confessa. Senhoras e senhores, lhes apresento Eliéser. Esse rapaz, com nome de remédio para alívio estomacal, é uma daquelas pessoas que causa constrangimento alheio quando abre a boca.

Nem sei listar direito as pérolas ditas e ações esquisitas que chamam atenção em nosso amigo, mas achei muito constrangedora a forma como ele ficou chorando após uma briga mal resolvida com a namoradinha, e ainda saiu dizendo que não ia conseguir ficar sem ela ali dentro.

Não é machismo da minha parte, já chorei de maneira constrangedora após brigar com a namorada, mas o Brasil inteiro não tava vendo. Concordo com a coleguinha de Eliéser, Anamara, que fez o seguinte questionamento: “Ele entrou aqui para ganhar 1 milhão e meio, ou para arranjar uma namorada?”.

Só sei de uma coisa, quando ele fala já me preparo para dar risada.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Reflexões que (não) levam a nada

Voltei após um longo recesso!

Escrever é um hábito. Um mês afastado de qualquer atividade intelectual foi o suficiente para truncar minhas ideias (tentando seguir a nova regra gramatical) e dificultar a produção de qualquer texto. Mas por força da profissão, serei logo obrigado a retomar o ritmo.

Quando era adolescente, fui uma pessoa contrária a religião. Achava que era mero instrumento de dominação que impunha aos seus seguidores, através do medo, um cabresto moral tão poderoso que censura até pensamento. Eu não entendia como qualquer pessoa alfabetizada de fato, capacitada a ler e entender, poderia se submeter ao controle da fé.

Mesmo sabendo que religião é um daqueles temas que não se deve discutir, eu provocava as pessoas religiosas (as da mesma idade, as mais velhas evitava por respeito geriátrico) para tentar provar que estavam erradas. Essas discussões eram homéricas e eu tentava por um ponto final fazendo a seguinte indagação: Se Deus é tão poderoso, Ele conseguiria criar uma pedra que nem Ele mesmo possa carregar?

As respostas eram quase sempre tão imbecis quanto a própria pergunta. Nunca ninguém me falou algo satisfatório e eu sempre saia com a sensação de vitória.

Porém, o tempo passou e aprendi a conviver pacificamente com religiosos e suas crenças. Passei inclusive a defender a existência da religião, principalmente pelo doutrinamento moral que tenta impor aos seus fiéis. O ser humano tem caráter falho por natureza, e hoje acredito que a doutrina religiosa ajuda a estabelecer um pouco da ordem no nosso conturbado dia-a-dia.

Hoje sou contrário a pessoas como eu fui. Ateísmo radical é tão chato quanto fanatismo religioso. E pior, ateus, no geral, se acham detentores da sabedoria universal, que desvenda todos os segredos que há milênios inquietam o ser humano: a vida é fruto de uma mera coincidência de elementos químicos, pressão e temperatura. E claro, nada existe depois da morte.